segunda-feira 14/08/2017

Como escolher e contratar um plano de saúde?

A insatisfação com o sistema de saúde pública e o medo de precisar de socorro médico fazem com que muitos brasileiros tenham o interesse de contratar um plano de saúde, uma vez que o serviço oferece assistência médica e hospitalar...

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A insatisfação com o sistema de saúde pública e o medo de precisar de socorro médico fazem com que muitos brasileiros tenham o interesse de contratar um plano de saúde, uma vez que o serviço oferece assistência médica e hospitalar privada. No entanto, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, apenas 21% dos brasileiros possuem um plano de saúde.

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“O plano de saúde garante tranquilidade ao beneficiário, com mais segurança para casos que precisem de cirurgias ou internações e também para o acompanhamento assistencial de rotina e de menor complexidade”, afirma Alberto Gugelmin Neto, vice-presidente da Unimed do Brasil. “Cuidar da saúde, por meio da prevenção, é fundamental para viver mais e melhor, ainda mais neste momento, quando, segundo especialistas, a expectativa de vida aumentou”, completa.

O preço, que pode ser de parcelas mensais de R$ 200 a R$ 5.000, é um dos impeditivos para que mais pessoas possam contratar um plano de saúde. A aposentada Therezinha Santana, de 86 anos, gasta R$ 2.500 todos os meses com o plano de saúde que contratou. Apesar do alto valor, o serviço a salvou durante uma emergência médica.

“Eu fui fazer um exame de sangue de rotina quando descobriram que o nível de glicose no meu sangue estava altíssimo. Ligaram para o meu filho e pediram para que eu fosse imediatamente a um hospital credenciado. Eu não sabia, mas era diabética. Se não fosse internada com urgência, eu poderia ter tido um AVC e complicações como cegueira e paralisação dos rins”, conta Therezinha.

Ela precisou ficar internada por sete dias, além de ter que passar dois dias na UTI. “O meu caso era urgente. Eu não poderia ficar aguardando por uma vaga de atendimento no hospital público”, afirma a aposentada. “Como eu tinha um plano de saúde, contei com a ajuda de um hospital de referência, algo que jamais poderia pagar caso não tivesse o plano de saúde”, completa.

Existem três opções de planos de saúde no Brasil: ambulatorial, hospitalar e odontológico

Atualmente, existem mais de duas mil operadoras de plano de saúde no Brasil. Elas podem oferecer três opções de planos: ambulatorial, hospitalar e odontológico. O plano ambulatorial é responsável apenas pela cobertura de consultas e procedimentos diagnós­ticos e terapêuticos, enquanto o plano hospitalar permite a realização de exames e procedimentos cirúrgicos e a cobertura de internações. Já o plano odontológico inclui os procedimentos realizados em consultório.

Algumas operadoras de planos de saúde também trabalham com o sistema de reembolso. Isso significa que o paciente pode ser atendido por um médico não credenciado e uma parte do valor da consulta será pago pelo plano de saúde.

“A função do plano de saúde é garantir acesso à saúde com mais facilidade. Na maioria dos casos, as pessoas mais jovens não dão tanta importância a esse tema porque, muitas vezes, eles pagam por um serviço que não utilizam. Já os idosos, que são pessoas com mais necessidades, acabam desfrutando dessa facilidade”, afirma Boris Ber, vice-presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo).

Além dos tipos de cobertura, os planos de saúde podem ser individual, empresarial ou por adesão. O plano individual, na maioria dos casos, oferece poucos benefícios porque é mais caro e poucas operadoras negociam essa opção. Já o plano empresarial é um dos mais populares porque costuma ser oferecido pelas companhias para os seus funcionários. Outra opção é o plano por adesão. No entanto, ele só pode ser adquirido quando a pessoa ou um membro da família é associado a uma entidade de classe, como os sindicatos, por exemplo.

Como escolher o plano de saúde ideal?

O primeiro cuidado ao escolher um plano de saúde é verificar se a seguradora está com a sua situação regularizada, ou seja, se tem registro e se está ativa. É possível fazer isso através do site da Agência Nacional de Saúde (ANS). De acordo com nota enviada pela entidade, também é importante buscar online os principais comentários sobre a empresa escolhida, a fim de levantar o índice de reclamações direcionadas a ela.

Feito isso, o próximo passo é ponderar qual modelo de plano abrange as suas necessidades. Na pesquisa é preciso levar em consideração o preço, o tipo de acomodação oferecido em caso de emergência (se é quarto ou enfermaria, por exemplo) e até se a rede conveniada ao plano possui fácil acesso. Esta avaliação deve levar em conta o histórico de saúde, idade e hábitos da pessoa que usará o plano.

"Os principais erros cometidos na hora de contratar um plano são: verificar apenas o custo, sem levar em conta os outros fatores, e se deixar levar por promessas absurdas, abrindo mão de uma verificação mais detalhada dos benefícios e do contrato", diz Boris, do Sincor-SP.

Também será necessário determinar se o plano terá cobertura nacional ou regional. A área geográfica deve ser determinada de acordo com a real necessidade do usuário. "Um plano com abrangência nacional, por exemplo, é ideal para quem costuma viajar com bastante frequência, tem uma atividade fora da região que reside ou tem um dependente morando em outro local", explica Alberto, da Unimed Brasil.

Por fim, deve-se ficar atento ao período de carência proposto pelas operadoras, pois durante esse prazo o plano de saúde ainda não poderá ser utilizado. É importante checar essa informação para não ser pego de surpresa diante de uma real necessidade. "Nesses casos, a ANS exige atendimento nas primeiras doze horas, mesmo com as carências. Mas, após esse período, a cobertura cessa", alerta Boris.

Como é feito reajuste do preço do plano de saúde?

Em julho deste ano, o aumento no preço dos planos de saúde que foi divulgado pelas operadoras de saúde assustou os contratantes do serviço. O objetivo do reajuste anual é repor a inflação do momento nos contratos dos planos. Mas, apesar dos altos custos do setor, o aumento foi considerado acima da inflação, chegando a 40% em alguns casos.

É preciso ficar atento a isso, pois a Lei dos Planos de Saúde, publicada em janeiro de 1999, mudou o regulamento com relação ao reajuste nos preços das mensalidades. Desta forma, contratos assinados até 1999 sofrem apenas um reajuste anual, com base no índice oficial de inflação. Os contratos assinados após a lei têm o limite de aumentos e as condições para reajustes fixados pela ANS.

Com colaboração de Patrícia Machado / Fotos: Getty Images

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